A região abriga duas espécies de anfíbios ameaçadas de extinção: a Haddadus binotatus (conhecida como rã-do-folhiço ou rã-pimenta) e a Phyllomedusa distincta (perereca-das-folhagens)
Rã: Haddadus binotatus (conhecida como rã-do-folhiço ou rã-pimenta).
A ONG Olho Vivo anunciou que irá acompanhar de perto todo o processo de licenciamento ambiental referente a novos empreendimentos projetados para a região do Morro do Cabeço, na Praia Grossa, município de Itapema (SC).
A entidade justifica sua atuação devido à alta sensibilidade ambiental da área, reconhecida em diversos estudos técnicos e diagnósticos ecológicos. A região abriga duas espécies de anfíbios ameaçadas de extinção: a Haddadus binotatus (conhecida como rã-do-folhiço ou rã-pimenta) e a Phyllomedusa distincta (perereca-das-folhagens). Ambas estão incluídas nas listas oficiais de espécies vulneráveis, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).

Rã: Phyllomedusa distincta (perereca-das-folhagens).
Essas espécies vivem exclusivamente em fragmentos de Mata Atlântica bem preservados, como os encontrados no Morro do Cabeço, onde dependem de umidade constante, vegetação densa e equilíbrio ecológico para sobreviver. A urbanização desordenada e os cortes de vegetação nativa representam ameaças diretas à sua sobrevivência.
A ONG Olho Vivo lembra que em 2010 um empreendimento foi barrado na mesma região justamente por conta de problemas ambientais identificados no Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), incluindo omissões graves e inconsistências técnicas quanto à fauna local e à presença das rãs ameaçadas. À época, a atuação da ONG Olho Vivo, ambientalistas e instituições de pesquisa resultou na suspensão do projeto, que previa grande impacto sobre os ecossistemas costeiros e florestais.
Com base nessa experiência, a entidade reitera que manterá vigilância ativa sobre qualquer novo processo de licenciamento ambiental no Morro do Cabeço e, caso identifique indícios de impacto indevido, acionará imediatamente órgãos e parceiros internacionais de proteção ambiental, como o Ibama, o Greenpeace e a WWF Brasil.
– Nenhuma licença ambiental pode ser tratada como carta branca para destruição. Vamos garantir que a legislação seja respeitada e que as espécies ameaçadas da Praia Grossa, como a Haddadus binotatus e a Phyllomedusa distincta, continuem existindo nesse ecossistema único – afirmou em nota o presidente da ONG Olho Vivo, Elias Tenório.
A entidade reforça que a proteção da biodiversidade de Itapema é não apenas uma questão ecológica, mas também um dever constitucional, previsto no artigo 225 da Constituição Federal, que impõe ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
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Texto: Da Redação
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