NOSSO PAÍS TEM PASSADO POR VÁRIOS PERRENGUES DESDE A ERA VARGAS PRA CÁ  

A partir deste sábado e por vários finais de semana estaremos contando um pouco dessa história

Por L. Pimentel

Certamente, do início do Século XX pra cá, o Brasil passou por vários períodos de brigas e perseguição política que começaram desde a Era Vargas e continuam até os dias atuais, com motivações e características muito distintas. Para iniciar, vamos apresentar um resumo dos principais momentos da nossa história política de quase um século atrás.

ERA VARGAS – 1930-1945

O gaúcho Getúlio Vargas liderou o país como chefe do Governo Provisório  de 1930 a 1934; como presidente constitucional de 1934 a 1937; e em sua fase ditatorial durante o Estado Novo entre 1937 a 1945. Nesse período houve repressão aos opositores políticos, com prisões e exílios de líderes opositores como os comunistas, integralistas e até os liberais.

Em 1935 houve a “Intentona Comunista de 35”. No entanto, após a tentativa de insurreição liderada por Luís Carlos Prestes, o governo intensificou a repressão, prendendo e torturando militantes comunistas. Durante o Estado Novo, a censura à imprensa e à expressão artística foi muito severa, com fechamento de jornais e perseguição a intelectuais.

PERÍODO DEMOCRÁTICO – 1946-1964

Após o fim da ditadura Vargas, o Brasil viveu um período democrático, mas ainda houve perseguições pontuais. O governo de Eurico Gaspar Dutra – 1946-1951 – cassou o registro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1947 e perseguiu seus militantes. Também houve perseguição a sindicalistas e os movimentos trabalhistas continuaram sendo monitorados e reprimidos em caso de greves que eram consideradas como “subversivas.”

DITADURA MILITAR – 1964-1985

O golpe militar de 1964 instaurou um regime autoritário que durou mais de duas décadas. Nesse período houve muita perseguição, especialmente com a instituição dos Atos Institucionais, especialmente o AI-5 (1968) que foi o auge da repressão, suspendendo direitos constitucionais, fechando o Congresso e institucionalizando a tortura. Esse Ato também impôs um rigoroso controle sobre meios de comunicação, obras literárias, peças de teatro e música.

Outro fator importante pós AI-5 foram a tortura e o desaparecimento de pessoas, muitas das quais até hoje ainda não sendo conhecido seus paradeiros. Grupos de oposição, como guerrilheiros urbanos e rurais foram perseguidos, presos, torturados e mortos. Alguns até desapareceram, como é o caso do deputado Rubens Paiva e do líder comunista Carlos Marighella. Também ocorreu o monitoramento estudantil e sindical, pelo qual, estudantes e sindicalistas foram alvos de repressão constante.

REDEMOCRATIZAÇÃO E PERÍODO PÓS-DITADURA – 1985 ATÉ O PRESENTE

Com o fim da ditadura, houve avanços democráticos, mas episódios de perseguição política e repressão ainda ocorreram e ocorrem até hoje. Durante os governos democráticos, lideranças rurais e indígenas que lutavam por reforma agrária e por direitos, foram assassinadas ou intimidadas. Também houve “lawfare” com acusações de uso do sistema judicial para fins políticos, como nos casos envolvendo lideranças do PT – Operação Lava Jato – e denúncias contra adversários políticos em outros governos. Recentemente, há denúncias de investigações irregulares contra opositores e críticos do governo em diferentes períodos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A história do Brasil mostra ciclos de repressão e resistência. Embora a redemocratização tenha garantido avanços. Episódios recentes indicam que práticas de perseguição ainda podem ocorrer em diferentes níveis – como, aliás, por pouco não ocorreu recentemente -, especialmente em contextos polarizados.

Em todos os sábados vamos abordar, período por período, toda essa história, cuja finalidade é relembrarmos por quantos problemas passamos nesses quase 100 anos, de 1930 até aqui. Momentos capciosos que o advento da internet fez com que quase desaparecessem.

Por L. Pimentel

 

 

 

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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