Opinião abalizada sobre este importante assunto
Por José Santana
A gestão pública desempenha um papel essencial na vida dos cidadãos, influenciando diretamente a qualidade dos serviços em áreas fundamentais como saúde, educação e segurança. Entretanto, a falta de cursos de capacitação para gestores públicos representa uma barreira significativa para a melhoria desses serviços, resultando em ineficiências que comprometem a implementação de políticas públicas.
Com a transição de novos gestores e secretários prevista para as prefeituras em 2025, a importância de um quadro técnico competente se torna ainda mais evidente. Profissionais qualificados garantem decisões alinhadas às melhores práticas e, acima de tudo, às reais necessidades da população.
O IMPACTO DA FALTA DE CAPACITAÇÃO
A ausência de formação adequada resulta em decisões mal fundamentadas e consequências graves. Um exemplo alarmante é o déficit de aproximadamente R$ 500 milhões no BC Previ, fundo de previdência dos servidores públicos de Balneário Camboriú. Essa má gestão compromete não apenas a aposentadoria dos servidores, mas também a saúde financeira da prefeitura, evidenciando a necessidade urgente de planejamento rigoroso e formação sólida para os gestores.
Além disso, a falta de capacitação dificulta a transparência e a responsabilidade, reduzindo a capacidade dos cidadãos de fiscalizarem as ações de seus representantes. Isso perpetua a má gestão, impacta negativamente o desenvolvimento social e econômico, e agrava desigualdades já existentes.
CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE QUALIFICAÇÃO
Diversos estudos comprovam que a qualificação de gestores públicos está diretamente ligada à melhoria dos serviços oferecidos. De acordo com o IBGE, 58% dos cidadãos insatisfeitos com os serviços públicos apontam a falta de competência dos gestores como uma das principais causas. Além disso, um estudo da Harvard Kennedy School indica que cada dólar investido em capacitação pode gerar até 10 dólares em retorno de eficiência, demonstrando o impacto positivo do investimento em formação contínua.
EXEMPLOS DE BOAS PRÁTICAS
Experiências bem-sucedidas reforçam a importância de investir na capacitação de gestores. Instituições como a Universidade de Brasília (UnB), a Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Universidade Uninter têm contribuído significativamente para a formação de profissionais qualificados. A Prefeitura de Curitiba é um exemplo notável, implementando programas contínuos de formação para seus servidores e priorizando a qualificação técnica como base de sua gestão.
CAMINHOS PARA O FUTURO
Para reverter o cenário atual, é imperativo que a capacitação contínua seja prioridade em todos os níveis da gestão pública. Parcerias com instituições de ensino, aliadas ao desenvolvimento de currículos que atendam às necessidades contemporâneas, são fundamentais para formar gestores preparados para os desafios do futuro.
Márcio Pochmann, economista e professor da Unicamp sintetiza bem essa necessidade: “Uma gestão pública competente não nasce do nada. É preciso investimento em educação e formação continuada.”
UM CHAMADO À AÇÃO
Cidadãos, acadêmicos e lideranças políticas têm um papel crucial nesse processo. Como parte ativa da sociedade, você pode cobrar melhorias, apoiar iniciativas que priorizem a formação de servidores públicos e promover um diálogo constante sobre a importância da qualificação na gestão pública.
Quando gestores públicos são competentes, todos nós colhemos os frutos: hospitais mais eficientes, escolas de qualidade e maior segurança nas cidades. A responsabilidade de construir uma gestão pública eficiente, transparente e eficaz está em nossas mãos.
Vamos trabalhar juntos por um futuro onde a qualidade dos serviços públicos seja prioridade e a capacitação dos gestores uma ferramenta essencial para a transformação social. O futuro de nossos serviços depende de nós.
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José Santana: Jornalista, graduado em Gestão Pública pela Universidade Uninter, pós-graduando em Direito Administrativo e Direito Constitucional, e presidente de honra da organização Olho Vivo, ONG dedicada ao combate á corrupção e promoção de políticas públicas justas.











