Pesquisas internacionais mostram que prosperidade vai além de riqueza: envolve saúde, propósito, vínculos e equilíbrio emocional. No Brasil, preocupação com finanças já supera saúde e família como principal causa de estresse.
O que significa prosperar? Durante séculos, filósofos e pesquisadores tentam responder a essa pergunta. Um dos maiores levantamentos globais recentes, conduzido pela Gallup e pela Universidade Harvard, mostra que prosperidade não é sinônimo de riqueza ou conquistas materiais: trata-se de um estado multidimensional que inclui satisfação com a vida, saúde física e mental, sentido, caráter, relacionamentos próximos e estabilidade financeira.
A primeira rodada de resultados do estudo, que ouviu mais de 200 mil pessoas em 22 países, revelou que países mais ricos nem sempre estão entre os mais prósperos. Estados Unidos e Suécia, por exemplo, aparecem bem em segurança financeira, mas registram baixos índices em sentido de vida e conexões sociais. Já Indonésia, México e Filipinas se destacaram em propósito, espiritualidade e relações comunitárias, mesmo com renda per capita mais baixa.
No Brasil, o desafio assume outra face. Pesquisas recentes apontam que o dinheiro é a principal preocupação dos trabalhadores, acima de saúde e família. Em 2025, 49% disseram que as finanças são o motivo número 1 de estresse, e 72% afirmaram que a situação financeira impacta diretamente sua saúde mental, com sintomas de ansiedade, insônia e depressão. Ou seja: não falar sobre dinheiro não protege — agrava o problema.
Para a especialista em desenvolvimento humano Sandra Frisso, prosperidade precisa ser entendida como plenitude em várias áreas da vida. “Ter dinheiro, conforto e bens materiais pode sim fazer parte da prosperidade, mas não a define por completo”, explica. Na prática, diz ela, prosperar envolve alinhar identidade, escolhas e propósito. “O dinheiro pode ampliar possibilidades, mas também pode ampliar insegurança e medo. Ele é reflexo de um estado interno, não a sua origem.”
A análise ajuda a explicar por que tantos profissionais de alta performance, mesmo com salários acima da média, relatam vazio ou frustração. “Alta performance garante resultados, mas não garante saúde emocional”, observa Frisso. “O vazio aparece quando conquistas externas não dialogam com valores internos.”
Especialistas que estudam o tema reforçam: prosperidade não é apenas sobre “ter mais”, mas sobre equilibrar finanças saudáveis com realização pessoal, vínculos sociais e sentido de vida. Dados globais e nacionais convergem para uma conclusão: reduzir prosperidade a números é um erro que custa caro em saúde, bem-estar e qualidade de vida.
5 passos práticos para cultivar mais prosperidade na vida
1. Reflita sobre suas crenças financeiras
Anote o que você ouviu sobre dinheiro na infância e questione se essas frases ainda fazem sentido. Crenças antigas como “dinheiro é sujo” ou “rico é egoísta” podem gerar autossabotagem e travar seu crescimento.
2. Alinhe propósito e decisões
Antes de definir metas financeiras, pergunte-se: “O que quero sustentar com esse dinheiro?” Quando o propósito vem antes, as metas se tornam mais realistas e sustentáveis.
3. Pratique autogestão emocional
Evite decisões reativas — especialmente as financeiras. Pausar antes de agir, observar emoções e buscar equilíbrio emocional ajudam a tomar decisões mais coerentes e menos impulsivas.
4. Redefina prosperidade como estado, não como saldo
Celebre pequenas conquistas, cuide da saúde, invista em relações e reserve tempo para descanso. Prosperidade é o equilíbrio entre áreas, não o acúmulo em uma só.
5. Construa novos hábitos de forma consciente
Mudar padrões exige consistência. Comece com pequenas ações diárias — como anotar gastos, praticar gratidão ou fazer escolhas de consumo alinhadas ao que você valoriza. Novas decisões repetidas formam um novo código interno de prosperidade.
Por Assessoria de Imprensa
Coluna Klug em Foco
