Editorial: A Igreja e o Partidarismo: a verdade que liberta

A separação Igreja-Estado é uma doutrina política que estabelece que o governo e as instituições religiosas deve ser mantidos separados e independentes uns dos outros

Jesus disse: “Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mateus 12:25). Essa verdade ecoa como alerta aos que desejam transformar a igreja em palco de disputas partidárias. A missão da igreja é espiritual, e não eleitoral. O púlpito é espaço de proclamação do Evangelho, não de propaganda política.

O próprio Jesus ensinou sobre a distinção entre os reinos: quando perguntado sobre pagar tributo a César, respondeu: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:21). Com isso, Ele estabeleceu a clara separação entre o reino material, sob autoridade civil, e o reino espiritual, sob autoridade divina. Cada esfera tem seu lugar, e misturá-las gera confusão, contenda e enfraquece o testemunho da fé.

Jesus estabeleceu claramente que existem duas dimensões legítimas:

  • A esfera civil/política, representada por César, autoridade do Império Romano.
  • A esfera espiritual/religiosa, representada por Deus.

Cada uma tem sua função, e a confusão entre elas gera injustiça e idolatria.

Cristo também afirmou: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). A verdade que liberta não está em partidos, mas em Cristo. A igreja deve ser voz profética, orientando a consciência dos fiéis para a justiça, a misericórdia e a verdade, mas sem se ajoelhar diante de projetos humanos que, por natureza, são passageiros.

Quando líderes religiosos trazem para dentro da igreja a política partidária, fica evidenciado que não se trata de uma fé baseada nos ensinamentos de Cristo, posto que, Ele não aceitou ser empossado Rei, nem nenhum título que o vocacionasse para gestão pública. Seu ministério foi fundado na fé em um Pai espiritual, e o reino de Deus não tem relação com o reino material: “Meu reino não é deste mundo”. Quando subir ao Pai, Ele enviará aos homens o Seu Espírito. O Espírito Santo habita em toda a carne, sem intermediários; basta um pedido sincero, e Deus atenderá. O reino de Deus não está em nenhum outro lugar, e ninguém pode manipular a vontade de Deus. Todos que manifestarem em pensamentos a vontade de Deus e o desejo de receber livremente a presença do Espírito, mesmo que o corpo morra, receberão a vida eterna.

Além disso, a única prerrogativa que Deus deixou aos intitulados pastores não é ocupar o púlpito como palanque político, mas cuidar do próximo: visitar viúvas, encarcerados, doentes, órfãos, pobres e necessitados, e orar pelas autoridades. O ministério cristão é serviço, compaixão e amor prático, e não acumulação de poder ou influência partidária.

Portanto, fazer política partidária dentro da igreja não é apenas um erro estratégico; muitas vezes revela ignorância ou má-fé deliberada. Não reconhecer o limite temporal entre o reino material e o espiritual pode indicar dissonância cognitiva, mas, acima de tudo, trata-se de um desvio espiritual. Onde reina a divisão, Deus não tem parte. A igreja deve permanecer como espaço de reconciliação, unidade e luz – para que, acima de qualquer bandeira, brilhe somente a cruz de Cristo.

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Da redação

Redação
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