Brasília: Lula conversa com Trump, troca telefones e pede retirada das sobretaxas

O presidente Lula conversou na manhã de hoje por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante 30 minutos nesta manhã

O que eles conversaram? O principal assunto foi o tarifaço. Segundo o Planalto, Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

Foi uma conversa amistosa, segundo pessoas que acompanharam. O objetivo é tentar retomar a boa relação entre os dois países depois de o Brasil ter se tornado um dos principais alvos da taxação dos Estados Unidos, que chega a 50% para produtos importantes como café, carne, algumas frutas, entre outros alimentos.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, será o responsável por dar sequências às negociações. Ele deverá tratar com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que já têm participado das interlocuções e estavam presentes no Palácio da Alvorada durante a chamada. Ao sair, Haddad disse que o diálogo foi “positivo”.

Lula quer reduzir as imposições, mas tem dito que a “soberania não é negociável”. Segundo pessoas que acompanharam a ligação, nenhum nome foi citado em específico, incluindo o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou qualquer tema ligado ao julgamento.

O governo norte-americano aponta o julgamento de Bolsonaro como o principal motivo das medidas. Além de não caber ao Executivo, mas ao STF (Supremo Tribunal Federal), o Planalto diz que o presidente não levaria esse tema para debate.

Os dois “trocaram telefones” e aventaram um encontro presencial. Uma das principais possibilidades é a cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), na Malásia, no final do mês, em que Lula já confirmou presença. O presidente também se dispôs a viajar aos Estados Unidos, informou o Planalto.

Lula reafirmou convite para Trump participar da COP30. A conferência da cúpula climática está marcada para acontecer no mês que vem, em Belém. O norte-americano não confirmou presença, mas tem ignorado eventos desse tipo.

A ligação foi confirmada ao governo brasileiro na noite de domingo. A conversa segue um plano do Palácio do Planalto de, em um primeiro momento, evitar uma reunião cara a cara entre os dois líderes.

Um encontro presencial ocorreria apenas depois de um primeiro contato telefônico. Mesmo em Nova York em setembro, segundo fontes do Itamaraty, chegou-se a reservar uma sala para que os dois estivessem juntos para uma conversa de dez minutos. Mas o encontro acabou se limitando a apenas alguns segundos.

Uma das propostas avaliadas pelo Itamaraty é um grupo de trabalho dedicado conjunto. A esperança do governo brasileiro é que um processo negociador abra a possibilidade para uma redução das taxas.

NAS REDES SOCIAIS LULA ERSCREVEU:

Recebi, nesta manhã (6/10), telefonema do presidente Trump. Conversamos por 30 minutos e relembramos a boa química que tivemos no encontro em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU.

Considero nosso contato direto como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. No telefonema, recordei que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços.

Solicitei ao presidente Trump a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.

Nós concordamos em nos encontrar pessoalmente em breve. Sugeri a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterei o convite a Trump para participar da COP30, em Belém; e também me dispus a viajar aos Estados Unidos.

Eu e o presidente Trump trocamos telefones para estabelecermos uma via direta de comunicação. Estavam comigo na conversa meu vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.

CONVERSA APÓS CRISE

A promessa de uma conversa entre os dois ocorreu durante a cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro. Os dois teriam combinado na antessala da assembleia, quando se encontraram, entre os discursos. Foi o primeiro encontro dos dois como chefes de Estado.

Após um discurso duro de Lula, Trump o elogiou publicamente. Segundo Trump, ambos se abraçaram e conversaram por alguns segundos. “Tivemos uma ótima química”, afirmou o republicano.

Desde então, começaram as tratativas. Chegou a ser especulado uma reunião presencial, mas tratativas de quando e onde tornou o encontro mais improvável dada a agenda lotada. No Planalto, dizia-se que Lula aceitaria ir aos Estados Unidos, mas teria de ser recebido na Casa Branca como chefe de Estado.

Lula segue crítico ao norte-americano, mas tem maneirado nas falas desde o encontro de ambos. O entendimento da cúpula governista é que o governo brasileiro não teria nada em ganhar ao escalonar a crise bem no momento em que os norte-americanos se mostraram dispostos a uma solução.

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Da Redação

 

Redação
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Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
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