“A INDUMENTÁRIA DO GAÚCHO”

Por L. Pimentel

Ao iniciarmos esta nova coluna sobre temas gauchescos, vamos discorrer sobre a “Indumentária Gauchesca – Usos e Costumes” do gaúcho.

O folclorista Antônio Augusto Fagundes (Um dos principais nomes da cultura sulina) relata que existem basicamente quatro tipos ou complexos da indumentária gauchesca masculina no Rio Grande do Sul, especialmente se atentarmos para a peça que domina o conjunto: 1º do Chiripá Primitivo, 2º das Bragas, 3º do Chiripa Farroupilha e 4º das Bombachas. (Livro: Indumentária Gaúcha – Antônio Augusto Fagundes/Martins Livreiro Editor). Antes disso temos os trajes coloniais e os trajes indígenas.

Necessário se faz que façamos uma descrição das peças do vestuário gauchesco para conhecimento daqueles que – por se tratar de uma nova época – ainda desconheçam as roupas típicas dos gaúchos. Se bem que na época atual, com as enchentes que assolaram praticamente todo o território do estado vizinho, muito dessas indumentárias acabaram se perdendo.

CHIRIPÁ PRIMITIVO – É uma peça de pano retangular enrolada à volta da cintura em forma de saia.

CHIRIPÁ FARROUPILHA – Também é uma peça de pano retangular, só que passa por entre as pernas à maneira de fralda.

BRAGAS – São calções justos nas coxas, terminando logo abaixo do joelho, muitas vezes amarrado.

BOMBACHAS – Calças largas, apertadas junto às canelas, com favos de abelha nas laterais.

Mas, na indumentária masculina havia e ainda há muito mais como: Bota garrão de potro, Espora Nazarena, Chinelas, Chapéu Pança de Burro, Lenço de pescoço e Vincha, cuja descrição explicaremos numa próxima oportunidade.

Por outro lado, a indumentária feminina gaúcha também é deveras interessante. Primitivamente as mulheres vestiam-se à moda europeia, assim como os homens. As índias andavam nuas ou com chiripá primitivo, mantendo o dorso desnudo. Já as índias catequizadas usavam o “Tipoy”, que era uma espécie de “camisolão” atado à altura da cintura por um cinto de tecido trançado.

Mais tarde a mulher chamada “china” (que eram as mulheres do campo) passou a vestir-se com uma saia rodada, uma blusa folgada e, geralmente, com os pés descalços. O traje chamado “tradicionalista” foi criado a partir de 1945, com a fundação do ‘35 CTG’ e a necessidade de equipar-se a mulher com um traje que correspondesse às indumentárias masculinas. Apareceu então o vestido rodado, comprido até a canela, com babados, sem decote e com mangas três-quartos. Como ocorre ainda hoje, especialmente nos encontros tradicionalistas nos CTG – Centros de Tradições Gaúchas.

NR: Na próxima edição vamos falar sobre o surgimento do Rádio Regionalismo.

Por L. Pimentel

Redação
Redaçãohttps://www.instagram.com/folhadoestadosc/
Portal do notícias Folha do Estado especializado em jornalismo investigativo e de denúncias, há 20 anos, ajudando a escrever a história dos catarinenses.
- Advertisement -
Ultima notícia
- Advertisement -
- Advertisement -
Related News