“Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”
O debate público brasileiro tem sido marcado por uma crescente instrumentalização da fé cristã. Deus tem sido usado como selo de autoridade moral e Jesus Cristo transformado em bandeira eleitoral, muitas vezes para sustentar projetos pessoais, disputas internas ou estratégias partidárias. Essa prática, além de distorcer valores espirituais, empobrece a democracia e contamina o discurso público.
Em 2 Timóteo 1:7, Paulo adverte: “Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”.
Esse versículo não é apenas uma orientação religiosa; é um parâmetro ético para qualquer liderança – política, empresarial ou social.
PODER: autoridade para servir, não para manipular. Na visão cristã, poder não é privilégio, nem instrumento de intimidação. Poder é responsabilidade sobre vidas, recursos e decisões que afetam toda a comunidade. Líderes movidos por esse princípio não utilizam a fé como argumento de força, nem como retórica de autopromoção. Agem com coragem, transparência e compromisso com o bem público.
AMOR: base ética que impede abusos. O amor bíblico é ação, respeito e justiça. Ele se opõe frontalmente ao uso da fé como arma política, à retórica agressiva e ao fanatismo. Quando o amor é o fundamento da liderança, desaparece a tentação de utilizar o sagrado para validar ambições pessoais. O líder passa a construir pontes, e não trincheiras.
MODERAÇÃO: equilíbrio necessário em tempos de radicalismo. Moderação não significa fraqueza, mas maturidade. É o autocontrole que impede excessos, discursos inflamados e a construção de inimigos imaginários. É o antídoto contra a polarização que divide famílias, comunidades e instituições.
A fé cristã não autoriza extremismos. Muito menos legitima a apropriação do nome de Deus para reforçar posições partidárias.
Vozes que ecoam esse princípio
“Quem usa Deus como palanque desrespeita a fé e engana a sociedade. A liderança verdadeira não manipula o sagrado: pratica poder com responsabilidade, amor com justiça e moderação com coragem”.
– José Santana
O tipo de liderança que o país precisa. O Brasil não precisa de líderes que se apóiem em versículos para justificar atitudes, mas de líderes que vivam o espírito desses versículos.
Lideranças capazes de expressar: Poder, exercido como serviço ao cidadão; Amor, traduzido em empatia, justiça e responsabilidade social; Moderação, essencial para preservar o diálogo, a convivência democrática e o respeito às instituições.
Essa é a liderança que honra a fé. Essa é a liderança que fortalece a democracia. Essa é a liderança que a sociedade brasileira espera.
“Quando a fé é usada para conquistar poder, ela deixa de transformar corações e passa a manipular consciências. Deus não chamou a Igreja para ser braço de partido, mas luz do mundo”.
– Billy Graham
O Portal Folha do Estado reafirma que a fé não deve ser transformada em instrumento político. Sua força está em inspirar condutas éticas, não em alimentar disputas de poder. O uso indevido da fé para fins partidários, estratégicos ou pessoais contraria o princípio bíblico de 2 Timóteo 1:7 e fragiliza o tecido social.
Fé autêntica promove responsabilidade, justiça e equilíbrio. Quando ela é respeitada, a política melhora e a sociedade também.
“A fé não serve para legitimar o poder, mas para libertá-lo de injustiças. Um líder que usa Deus para dominar pessoas já abandonou o caminho da verdade”.
– Martin Luther King Jr.
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Da Redação – Folha do Estado











