CORTE DE 0,5 NA TAXA SELIC PODE AJUDAR O HOMEM DO CAMPO
Desde o mês de agosto do ano passado, o elevado patamar da taxa de juros vem seriamente comprometendo a atividade econômica em todo o país. Um dos setores, antes considerado pioneiro pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o agronegócio também vem sentindo as consequências negativas do alto índice da taxa SELIC.
Em várias cidades do oeste catarinense não é diferente. Os produtores rurais estão enfrentando dificuldades na atividade, que estão prejudicando a produção agrícola local. O cenário incerto, o encarecimento e a dificuldade de acesso ao crédito acaba afetando a produtividade do setor, inclusive podendo até comprometer as próximas safras, como destaca o secretário municipal da agricultura da c idade de Coincórdia, Mauro Martini.
—- Estamos passando por várias incertezas, como, por exemplo, o plantio da próxima safra, a grande importação de leite de outros países que já pode ser classificada como “dumping”, o grande abate de matrizes bovinas, a dificuldade na produção de suínos, a dificuldade para liberação de linhas de crédito para grandes investimentos, ou os juros não atrativos, mas nossa expectativa é que nossos produtores passam se manter na atividade com segurança e sustentabilidade. Nós, da Administração Pública, estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance para deixar o fardo um pouco mais leve”, destaca.
A manutenção da taxa Selic em 13,25%, até ontem preocupa o setor produtivo rural em relação às condições de juros para o Plano Safra 2023/24. O corte de 0,5 ponto porcentual, apesar do atraso, chega em boa hora, porque nos próximos meses a taxa deve baixar ainda mais, melhorando para todos os setores.
Segundo as projeções, mesmo com as instabilidades econômicas e as dificuldades em que o setor atravessa, o PIB do agronegócio brasileiro poderá alcançar R$ 2,65 trilhões neste ano, 35,9% mais que em 2022, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Na soma de todas as frentes (insumos, produção primária, agroindústrias e serviços), a previsão é que o PIB do ramo agrícola poderá aumentar 2,3%, para R$ 1,952 bilhão, e o do ramo pecuário tende a recuar 4,3%, para R$ 699,5 bilhões.