Ricardo Godoi teve parada cardiorrespiratória durante o procedimento. Segundo o MPSC, o médico responsável pela anestesia foi denunciado por homicídio culposo

O empresário e influenciador Ricardo Godoi morreu em janeiro, aos 46 anos, após receber anestesia geral para fazer uma tatuagem nas costas em Itapema (SC). O caso levou à abertura de uma investigação da Polícia Civil, que indiciou o médico responsável pelo procedimento em maio. Segundo a Polícia Civil, o anestesista teria sido negligente ao não pedir “exames específicos que poderiam indicar riscos à realização da anestesia geral pelo paciente”. Seis meses após a morte, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos para a realização de tatuagens. O médico foi denunciado por homicídio culposo pelo Ministério Público de Santa Catarina em julho. De acordo com o órgão, o profissional de 34 anos conheceu o paciente apenas no momento do procedimento, o que violaria as normas técnicas do Conselho Regional de Medicina (CRM/SC).
O empresário e influenciador Ricardo Godoi morreu em janeiro, aos 46 anos, após receber anestesia geral para fazer uma tatuagem nas costas em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina. Conhecido no ramo de carros de luxo, ele tinha mais de 200 mil seguidores nas redes sociais na época e era acompanhado por um público interessado em veículos personalizados.
O caso levou à abertura de uma investigação da Polícia Civil, que indiciou o médico responsável pelo procedimento, em maio. Seis meses após a morte, o Conselho Federal de Medicina (CFM) também proibiu o uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos para a realização de tatuagens, medida controversa e que já foi feita por alguns famosos.
INVESTIGAÇÃO
Segundo a Polícia Civil, o médico que fez a anestesia geral teria sido negligente ao não pedir “exames específicos que poderiam indicar riscos à realização da anestesia geral pelo paciente”.
O laudo do corpo apontou que a vítima tinha hipertrofia no coração. A Polícia Civil acredita que, se esses exames tivessem sido feitos, haveria informações suficientes para evitar a adoção do procedimento que acabou levando à morte de Ricardo Godoi. A morte aconteceu em 20 de janeiro no Hospital Dia Revitalite. A unidade disse que forneceu somente uma sala operatória e equipamentos.
Com o fim do inquérito policial, o médico foi denunciado por homicídio culposo pelo Ministério Público de Santa Catarina. Conforme o órgão, o profissional de 34 anos conheceu o paciente apenas no momento do procedimento, o que violaria as normas técnicas do Conselho Regional de Medicina (CRM/SC).
- O g1 questionou o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, na última terça-feira, 23 de dezembro, se o investigado se tornou réu no processo. A identidade dele não foi divulgada.
EXUMAÇÃO
O corpo do empresário chegou a ser exumado um dia após o sepultamento, por não ter passado pelo exame cadavérico após a morte no hospital. O procedimento é importante para determinar com precisão a causa da morte.
Na época, o delegado Aden Claus, responsável pela investigação, disse que a família não registrou qualquer ocorrência e tomou conhecimento da morte através das redes sociais.
– Como a gente viu que a situação era complexa, muitas informações contraditórias, nós instauramos o inquérito policial, mesmo sem que a família tivesse nos acionado – explicou.
Quando o delegado conseguiu contato com um parente da vítima, o corpo já havia sido enterrado na Capela do Vaticano, em Itajaí – por isso, houve o pedido para retirar os restos mortais.
CAUSA DA MORTE
A causa da morte do Godoi foi parada cardiorrespiratória, conforme a própria declaração do hospital. O exame pericial no corpo do empresário e influenciador confirmou a suspeita de que ele tinha hipertrofia no coração – desenvolvimento excessivo do músculo do coração.
A declaração de óbito citou o uso de anabolizante como uma “condição significativa” que contribuiu para a morte. A família, no entanto, afirmou à Polícia Civil que o empresário não usava as substâncias há cerca de cinco meses e que fez exames que indicaram aptidão ao procedimento. Godoi era pai de quatro filhos, avô de uma neta, casado e dono de uma empresa de carros de luxo.
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Por Sofia Mayer, g1 SC




























